VOO DA VIDA

BAGL homenageia doadores de órgãos e famílias em “O Voo da Vida”

Durante o evento o 3º ETA foi acionado para uma missão TOTEQ de um pulmão e um fígado de Congonhas (SP) para Botucatu (SP)
Publicada em: 17/09/2025 15:12
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Fonte: III COMAR e 3 ETA, por Tenentes Fernanda e Miranda
Edição: Agência Força Aérea, por Tenente Wanessa Liz

  A Base Aérea do Galeão (BAGL), no Rio de Janeiro (RJ), promoveu no dia 11/09 o evento “O Voo da Vida”, alusivo ao Dia Nacional da Doação de Órgãos - celebrado no Brasil em 27 de setembro -, homenageando doadores, tripulantes, equipes de saúde e famílias beneficiadas por transplantes realizados com apoio da Força Aérea Brasileira (FAB).  A cerimônia reuniu autoridades civis e militares, profissionais da saúde, pesquisadores e representantes de Instituições Voluntárias, como a Fundação do Rim, no auditório do Terceiro Esquadrão de Transporte Aéreo (3º ETA) – Esquadrão Pioneiro.

O Comandante da BAGL, Coronel Aviador Marcell Barros de Paula, ressaltou a importância da data e informou que, somente em 2025, os Esquadrões de Transporte da Base já realizaram 50 missões de Transporte de Órgãos, Tecidos e Equipes (TOTEQ). Ele também elogiou a dedicação do 3º ETA e do Primeiro Esquadrão do Segundo Grupo de Transporte (1º/2º GT) – Esquadrão Condor –, que utilizam as aeronaves C-95 Bandeirante, C-97 Brasília e C-99 para cumprir essas Operações Humanitárias em todo o país, sem limites de tempo ou distância.

O Comandante do 3º ETA, Tenente-Coronel Aviador Flávio Diniz Pereira, apresentou dados sobre as missões TOTEQ, explicando o acionamento das operações e a posição estratégica das aeronaves da FAB em todo o território nacional. Já o Gestor de Segurança Operacional da Superintendência de Operações Aéreas da Secretaria de Saúde do Estado do Rio de Janeiro (SOAER), Coronel Aviador Luiz Marques de Lima, falou sobre a missão da instituição no transporte de órgãos e reforçou a importância de parcerias com o Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro (CBMERJ), a Polícia Militar (PMERJ), a RJ Transplantes, a Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro (PCERJ) e a própria FAB.

“O SOAER é mais um a somar no trabalho e nossa missão é salvar vidas. Somos asas que salvam vidas”, ressaltou o Gestor de Segurança, Coronel Aviador Marques.

Representantes da Central Nacional de Transplantes (CNT), como a supervisora Priscilla Passarelli, também participaram, destacando a importância da colaboração. “Eu me orgulho muito em fazer parte desse processo. Todas as vidas importam!”, disse.

A programação incluiu ainda a palestra da biomédica e oncogeneticista Caroline Barberan, que apresentou o projeto de biópsia líquida — exame que identifica células ou traços de DNA tumoral no sangue — e explicou como a pesquisa científica se beneficia das missões TOTEQ.

O Comandante do Centro de Gerenciamento de Navegação Aérea (CGNA), Coronel Aviador Deoclides Fernandes Barbosa Vieira, detalhou como a FAB apoia as missões, mantendo terminais abertos fora do horário de funcionamento usual e atuando em parceria com a CNT, empresas aéreas e aeroportos.

Durante a cerimônia, a tripulação que mais realizou missões de transporte de órgãos em 2025 foi homenageada com a entrega de honrarias.

Sete crianças transplantadas e seus familiares, acompanhados pela Fundação do Rim, visitaram as aeronaves utilizadas nas missões, conhecendo de perto o trabalho da FAB. “Hoje não vemos apenas números. Vemos rostos, famílias e vidas reconstruídas graças à generosidade de doadores e ao empenho da aviação militar”, ressaltou a Vice-Diretora da Fundação do Rim, Fátima Bandeira.

 

TOTEQ

O evento também coincidiu com uma missão real de TOTEQ. Enquanto as crianças conheciam as aeronaves, uma aeronave do 3º ETA partiu da Base Aérea do Galeão com destino a Botucatu (SP), transportando uma equipe médica que realizou a cirurgia de remoção de pulmões e fígado de um doador em Congonhas (SP). Os órgãos foram acondicionados em solução de preservação, garantindo que chegassem ao paciente receptor em condições adequadas.

Segundo a Cirurgiã Torácica Flavia Fiuza de Andrade Vale, do Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da USP, tratava-se de um paciente com doença fibrótica grave, dependente de oxigênio, cuja vida seria transformada pelo transplante. “O transporte aéreo realizado pela FAB é fundamental para ampliar nossa capacidade de captação em outros estados, algo que não seria possível por via terrestre de forma segura”, explicou.

A tripulação aguardou cerca de quatro horas no Aeroporto Municipal de Botucatu até a conclusão da cirurgia de retirada dos órgãos, para então transportar a equipe médica de volta a São Paulo, junto com os pulmões e o fígado destinados ao paciente receptor. Toda a missão durou cerca de nove horas, podendo se estender em casos de múltiplos órgãos ou maiores distâncias.

O Tenente Aviador Guilherme Cayo, integrante da tripulação, comentou sobre a satisfação de participar de uma missão que salva vidas. “Ser acionado para uma missão de doação de órgãos em um dia de comemoração à vida de tantos que já foram salvos é ter a certeza de que estamos no propósito certo. Sou grato a Deus por fazer parte de uma pequena parcela desse processo”, comentou.

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Fotos: Tenente Miranda, Sargento Schuback e Soldado Silva e Silva /  3 ETA e III COMAR